Clubhouse: possibilidades e ansiedades
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Uma nova rede social está no ar e tem causado muito rebuliço. É o Clubhouse, uma rede social baseada em áudio, onde as pessoas podem criar salas para conversarem entre si, fazer uma espécie de podcast ao vivo. Eu até fiz um post sobre a rede lá no insta, no dia em que entrei, falando das possibilidades de uso e aproveitamento que enxergo por lá.

Acontece que tenho visto também um movimento ansioso junto disso tudo. Alguns aspectos para a gente perceber, que estão presentes não só nesta nova rede social, mas em todo o ambiente online nos últimos tempos:

 

FOMO na veia

– FOMO, ou fear of missing out (em português: medo de estar perdendo alguma coisa).

O fato do Clubhouse, por enquanto, ser exclusivo para IOS, provoca em quem tem Android a ansiedade de entrar. O fato de só entrar quem tem convite, tá criando inclusive um fenômeno de pessoas vendendo convites, e pessoas comprando porque não podem perder o hype do momento. O fato de que por lá tem sempre alguma nova sala aberta, pode fomentar a sensação de que você não está na sala mais legal, de que tem outro papo rolando mais interessante logo ali. O fato de que você deveria já entender como funciona e criar seu reinado na rede do momento, causa aquela sensação de pressa e frustração… Ufa! Respira!

 

PANELINHAS EXISTEM EM TODO LUGAR

E no online isso fica mais evidente. A minha sensação ali, ainda tem sido de estar no recreio de uma escola nova, onde ainda não me enturmei com ninguém, não sei onde fica a biblioteca nem a cantina. Mas como não estou com pressa, estou aproveitando pra observar. (É uma rede claramente baseada em popularidade. Alguma não é?)

 

NÃO É POR SER CONTEÚDO QUE EU TENHO QUE CONSUMIR

Entrei em salas em que não consegui ficar nem 5 minutos, abri o app algumas vezes em que não quis entrar em sala alguma. Não é porque tá ali disponível, que a gente precisa consumir. Aliás, esse movimento ansioso de consumir-consumir-consumir, faz com que a gente se perca das nossas referências, do nosso fluxo criativo, do que faz sentido. Curadoria é essencial para a gente se focar no que quer aprender e no que realmente vale nossa atenção.

 

SERÁ QUE DÁ PRA SER MAIS LEVE?

Pra falar a verdade verdadeira, sou uma grandessíssima curiosa. Entrei querendo fuçar tudo e já pensando em como poderia usar a rede pra produzir conteúdos criativos. Mas depois desacelerei. Posso ir sentindo com calma esse novo lugar. Posso estar presente com olhar curioso. Ligar as antenas para ter ideias, inclusive para aplicar fora de lá. Posso circular e observar, olhando a identidade visual, o formato da rede, os temas das conversas, e ter ideias para implementar de outras maneiras. Então, a coisa toda ganha uma outra perspectiva.

 

Respirar fundo em um mundo tão acelerado é um exercício para a gente retomar nosso centro. Lembrar nossos porquês, entender que nada disso é definitivo, e que a gente pode cultivar um olhar curioso e leve pra vida.

E você, está por lá? Nem sabia que bicho era esse? Tá na ansiedade em entrar?

Compartilha comigo suas impressões e reflexões.

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