O que aprendi com morangos silvestres
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É tempo de morango. Trouxe para casa uma bandeja de morangos silvestres orgânicos (deve ser redundância usar os dois termos). Ontem à tarde, lavei essas belezinhas, coloquei numa tigela e eles explodiram sabores na minha boca. Você já comeu morangos silvestres orgânicos? Já sentiu o sabor de uma fruta amadurecida no seu próprio tempo, sem venenos? Fiquei observando seus diferentes formatos, tamanhos e até os sabores. Alguns bem robustos, outros mais compridos, alguns pequenininhos, vários amassadinhos e todos tão saborosos.

Morangos silvestres aparecem na natureza ao redor das matas e florestas, com arbustos fortes e rasteiros, com espinhos e flores, força e delicadeza.

Vendo a beleza desses frutos silvestres, tão próximos do seu estado natural, fiquei pensando no quanto eles são parecidos com a nossa natureza feminina selvagem. Sim, a Mulher Selvagem de que a Clarissa Pinkola Estés fala em meu-sempre-livro-de-cabeceira, o “Mulheres que correm com os lobos”. Essa nossa força interna não domesticada, que carrega toda uma potência natural.

Um arbusto de morango silvestre na natureza não precisa ser forçado a produzir mais. Não precisa de venenos, aditivos, contenções. Suas flores nascem no tempo certo, o tempo em que a planta está pronta, de acordo com os recursos naturais que lhe rodeiam. E suas raízes sabem procurar o que precisam, seja na superfície, seja no mais profundo do solo. Não há formato certo ou errado. Simplesmente deixando que a natureza siga seu curso, os morangos silvestres colhidos em seu tempo, diretamente do pé, tem sabores que a gente nem poderia imaginar.

Nossa força criativa e selvagem, no entanto, tem sido condicionada como as frutas que rodeavam as matas. Roubam nosso chão, nossa terra, nosso tempo de florescer e ainda exigem que tenhamos frutos rosados. E que caibamos nos formatos predefinidos do que é ser feminina, realizada, boa o suficiente. Adoecemos, enfraquecemos, porque nos afastamos da nossa própria raiz, da energia natural que há dentro de nós, da voz que sabe o caminho. Mas é tanto ruído lá fora e tanta pressão que colocamos para dentro.

Estou muito feliz em poder reabrir as portas para que mais mulheres possam entrar em contato com esse livro precioso. Poder atuar como tradutora dessa obra que é mais do que “um livro interessante”, que é um manancial de sabedoria, que é uma jornada terapêutica da alma, que se torna um oráculo para sempre. Acredite, entrar nessa jornada é se oferecer um presente. Um presente para toda a vida.

Estou feliz em poder abrir espaço para que outras lindas criaturas possam compreender a beleza de ser quem são. Essas mulheres que vão entrar na jornada poderão contar comigo para abrir caminho. Clarissa Pinkola Estés já desenhou os mapas. Vou ajudar você a compreender as legendas e os símbolos para caminharmos juntas.

Venha comigo! bit.ly/umajornada

 

morangos

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